Com certeza você deve conhecer alguém que vive de aparência.
Eles estão em todos os lugares: local de trabalho, família, igreja, academia ou na sua vizinhança. Em algum lugar existirá aquela pessoa que não passa um tempo sem comprar algo para tentar ostentar uma condição social muito além daquela em que vive.
Geralmente essa pessoa está atolada em dívidas e vive um comportamento de negação constante, se afundando ainda mais para não mostrar que está quebrado. Além de não ter qualquer perspectiva de quitar seus débitos, toma outros empréstimos, financiamentos e, não raro, dá um belo calote em quem lhe deu algum crédito. É um círculo vicioso que não parece ter fim.
Em tempos de influenciadores digitais esse comportamento parece ter se potencializado através de uma vitrine que mostra uma distorção da realidade extremamente nociva, onde todos aparentam ter sucesso, fazem boas viagens, consomem produtos caros e não precisam se preocupar com as contas ao final do mês.
Esses dias me deparei com uma publicação de um influenciador que dizia ser necessário viver na riqueza para atrair riqueza. Segundo ele, o segredo para alcançar essa mente milionária era comprar, consumir e mostrar sucesso para que o Universo trouxesse abundância para a sua vida. Pura falácia misturada com misticismo barato que atrai o incauto para se afundar ainda mais em dívidas, inclusive porque o processo de enriquecimento é tedioso, demanda disciplina e numa sociedade que deseja rapidez em tudo, soa contraditório ter que esperar para usufruir algo apenas no futuro.
Se leu esse texto e acha que se enquadra nesse comportamento, a boa notícia é que já deve desconfiar que não é o Universo que está conspirando contra você, correto? Somos bombardeados por propaganda desde o momento em que acordamos até a hora de dormir. A satisfação de comprar algo supérfluo para adquirir status é imediata, tendo sido construída pelo mercado publicitário durante décadas com apoio de neurocientistas e psicólogos que estudaram a mente humana para essa finalidade. Você não é o único e nem será o último a ser alvo deste sistema. Porém, sabendo da existência dele, pode e deve buscar alternativas para sair dessa armadilha.