PLANO DE SAÚDE: O QUE ISSO TEM A VER COM EDUCAÇÃO FINANCEIRA?

Quando digo para um cliente sobre a necessidade de ter um bom convênio médico é comum ver no rosto dele ou dela certa expressão de surpresa, como se não fosse possível existir uma relação direta entre a saúde do corpo e a saúde do bolso.

Não é raro encontrar pessoas que possuem uma boa condição financeira e, mesmo assim, deixam de pagar um plano de saúde ou, pagam um convênio inadequado e insuficiente para suportar uma situação de gravidade. Preferem guardar dinheiro para viagens, trocar o carro ou simplesmente ver o dinheiro crescendo na conta bancária.

Para tentar exemplificar ao leitor como isso tem relação com a educação financeira, vou contar uma breve história. Há pouco tempo um cliente me procurou contando sobre o pai que havia sido diagnosticado com um problema ocular grave e necessitava de cirurgia urgente, ou do contrário poderia perder a visão de um dos olhos. Não tinha plano de saúde e a consulta marcada pelo Sistema Único de Saúde estava agendada para dali a 6 (seis) meses. No caso dessa família, o pai não era um gastador, mas um trabalhador autônomo que não possuía recursos para ter um plano de saúde. A saída encontrada para realizar a cirurgia foi recorrer a empréstimos com o banco, familiares e amigos.

Perceba que esta não é uma crítica ao nosso sistema público de saúde. Ele atende uma enorme parte da população que não possui condições de pagar por tratamento médico e salva milhares de vidas todos os anos. Porém, diante da grande clientela, ainda sofre com a falta de estrutura para contemplar a todos com eficiência.

Diante de uma situação de emergência envolvendo a sua saúde ou a de quem você ama, não dá para contar com a sorte ou depender de empréstimos. No caso desse cliente, ele conseguiu o valor para a cirurgia, salvou a visão do pai, mas ficou em dívida com o banco e conhecidos.

Pergunto a você: e se fosse o caso de um tratamento mais duradouro ou internação? Se precisasse de uma UTI ou uma cirurgia mais cara e complexa? Certamente um empréstimo pessoal não resolveria. Talvez tivesse que vender os bens conquistados com muito esforço para salvar a vida de quem ama. Não se engane, isso é mais comum do que se pensa.

Então, se hoje você e sua família não possuem plano de saúde, coloque isso como um dos seus objetivos. Se ainda não tem condições de ter um bom plano, comece com as opções mais em conta – desde que garanta o básico como internação, cirurgia, UTI e exames – e adquira um melhor assim que a situação financeira permitir. Você vai dormir mais tranquilo e sua saúde agradecerá.

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